Entre 10 e 11 de Fevereiro, tive a oportunidade de frequentar o seminário de Hyoho Niten Ichi Ryu lecionado pelo Senpai Alexandre Vaz. Foi um fim de semana diferente, já que nunca tinha frequentado nada assim, desde que comecei a praticar Kenjutsu e Iaijutsu pelo Instituto Niten.
Um Senpai diferente, vindo do Brasil, casa do instituto e inspirado pelo contacto frequente com o Sensei Jorge Kishikawa, seria uma boa forma de desenvolver mais o meu treino e percepção, foi o que pensei.
Primeiro contacto, sábado de manhã, no treino habitual. Senpai Vaz a avaliar a nossa prestação na Dai Ichi Kihon. Primeira Kata com ele e para a meio. Pânico...O que já fiz de errado? Lá terminamos a Kata mas esta sensação de que algo não estava bem iria acompanhar-me ao longo de todo o fim de semana. Ao ouvir as correções do Senpai, a forma de ele explicar os movimentos, de nos observar e corrigir acabou por me fazer compreender o que estava de errado. E é ainda, algo que passados todos estes dias, ainda estou a "digerir". Todo o movimento que fazia, estava a faze-lo de forma repetida, automática. Os movimentos não casavam com os do meu parceiro. Aquilo que tento explicar por palavras é que faltava "ânimo" ou "vida" no que fazia. O Kata deve fluir e cada movimento surgir em reação do que o parceiro faz e não só de uma sequência automática. Estava apenas a decorar movimentos e era isso que o Senpai me queria dizer com as paradas. Estava a ir pelo caminho do yakisoba de que o Sensei Jorge Kishikawa falava num momento de ouro.
Apesar das dificuldades sentidas e de outras lições, não só técnicas, que o Senpai Vaz nos deu, penso que o pararmos um pouco para apreciar cada movimento, como ele deve ser feito, com a força e o sentido corretos, o entrar na onda de quem conosco faz o treino, são aspectos fundamentais no nosso caminho.
Arigato Gozaimasu Senpai Vaz, por nos lembrares que o caminho se faz de caminhando seguro e certo, mas sem pressas ou correrias, cada passada no seu tempo e a ver e sentir o caminho por baixo dos pés.
Arigato Gozaimashitá.
Sayounara
Unidade de Lisboa
Ramalhinho