"Como pai, é impensável ter que enviar seus filhos para o abate, em atendimento a uma decisão superior de alguém que não irá se sacrificar. Isto é, o seu melhor legado é basicamente um insumo para a guerra. E nessa situação, detalhe, pode ser que você nem concorde com essa guerra, ou não se sinta representado na figura do governante.
Como cidadão, essa é uma reflexão sempre presente, como decisões impessoais de governos afetam as pessoas na ponta de forma direta, drástica.
No caso do vídeo, em uma época de extremos ideológicos, de ambições expansionistas conduzidas por diferentes motivos pelas principais potências mundiais, o grande resultado foi um novo equilíbrio de forças, o preço foi a ocorrência de desgraças dessa magnitude. Destroem-se nações e, principalmente, indivíduos, suas vidas, suas famílias, irreversivelmente. O país, enquanto força produtiva, pode vir a se recuperar no futuro, as famílias não.
Mas às vezes penso que isso é inevitável, infelizmente, por horrível que seja, não por que alguém deseje, mas por um conjunto de fatores e interesses que levam ao cataclisma. Dentro do pensamento, talvez, de se evitar um mal maior, como ser totalmente subjugado e destruído.
Quando o problema é no seu quintal é diferente. Fora dessa situação, não dá para se avaliar bem, creio." - Kuhn (Unidade Brasilia)
"Ao final da tarde, tivemos a oportunidade única de assistir o audiovisual, para conhecer um pouco sobre o ponto de vista do Japão na Segunda Guerra. Normalmente, nossos estudos de história de ensino médio focam mais no Teatro de Operações da Europa e a participação do Japão na Segunda Guerra fica restrita basicamente aos ataques ao sudeste asiático, a Pearl Harbor e a bomba atômica, deixando de considerar a situação dos sucessivos embargos econômicos impostos pelos EUA e pela Europa, que praticamente obrigaram o Japão a declarar guerra. O vídeo foi bem emotivo, com relatos de sobreviventes da guerra ou dos envolvidos diretamente no recrutamento dos soldados e nos fez refletir bastante sobre o tema "guerrear ou não guerrear". Sendo militar, cito o refrão da Canção do Exército que diz "A paz queremos com fervor, a guerra só nos causa dor. Porém, se a Pátria amada for um dia ultrajada, lutaremos sem temor." E acredito que foi o que aconteceu com os japoneses na época, desconsiderando os motivos de expansão imperialista, e que é o que rege qualquer nação sensata: a partir do momento que a soberania de seu território e a segurança de sua população estiverem ameaçadas, a guerra se faz necessária. Ainda que tenhamos que arcar com as consequências traumáticas advindas dessa situação." - Matta (Unidade Ponta Grossa)
"Foi emocionante, conhecer mais sobre uma história que até então parecia completa em minha mente. Ver a II Guerra, sob a ótica dos japoneses, me deu uma visão nova, e totalmente diferente, sobre os acontecimentos. A visão de um povo que não era frio e fanático, que lutou para defender seu espaço. Uma geração que sofreu muitas perdas, e que pelos esforços de alguns poucos, manteve viva a memória deste momento para seus descendentes. "Guerrear ou não guerrear?", é uma pergunta ainda sem resposta, mas com maior peso agora que o Mestre nos apontou mais uma consideração a ser tomada." - Shindi (Unidade Curitiba)
"Um dia estava vendo as fotos antigas de minha família e me deparei com algumas fotos. Depois comecei a fazer perguntas, ela lembrava, ou sabia, pouco sobre as perguntas que eu fazia. Com isso descobri que a pessoa na foto era Magoe Kuroki, meu bisavô, e que ele lutou na guerra "Manshuchiken" (Bachan demorou muito para lembrar desse nome). Perguntei se era a guerra da Manchuria, no entanto ela só reconheceu quando pronunciei Manshukuo mas não demonstrou pouca certeza. Quando perguntei por que ela nunca tinha nos contado sobre isso ela respondeu que tinha vergonha e não explicou mais nada. Imagino que seja por causa de ele ter fugido, não sei.
Com o tempo Bachan falou mais sobre Kuroki e sua história é a seguinte: Magoe falou muito pouco sobre o que ele fez na guerra, quando...
Novamente arigatou gozaimashita por me reaproximar das tradições japonesas e por me fazer ver a história da minha família de uma forma mais completa.¨- Kiryu (Unidade Campinas)
¨Qual o valor desse sofrimento? Ele vale a pena? Pode haver outra saída? Sinceramente, não sei. Mas uma hora teremos que tomar a decisão definitiva. O que me chamou a atenção também é que, apesar do filme retratar a realidade japonesa durante a II Guerra Mundial, nós podemos facilmente transportá-la para outras realidade, outras nações, outros territórios, inclusive o nosso. E o intrigante é que, durante essa viagem, eu terminava de ler um livro de literatura que tratava de um assunto análogo: os porquês da guerra social e pessoal e o seu sucesso ou não (e falando da realidade brasileira), com pano de fundo da busca pela identidade nacional e do patriotismo. Foi muito interessante e tenho certeza que este assunto perdurará em meus pensamentos por algum tempo ainda." - Vidal (Unidade Curitiba)